Qual a melhor estratégia?
No final da prova, o elemento comum a todas os opiniões era a dureza do percurso...
De facto, ao contrário do que vem sendo habitual na maioria das provas de Rogaine, o traçado do 1.º Rogaine da Escola das Armas, com uma distância total de sessenta quilómetros e um desnível acumulado superior a mil e quinhentos metros, não permitia a nenhuma equipa realizar todos os controlos, nem mesmo aos melhores "BTTistas".
Por outro lado, os constrangimentos de circulação na vila de Mafra (que incluíram a realização, no Parque Desportivo de Mafra, da eliminatória da Taça de Portugal entre o Mafra e o Marítimo) e as restrições de acesso na entrada na Tapada Militar (condicionada a um único portão) tornavam a definição da estratégia inicial, um ponto fulcral da prova, uma vez que as equipas se deparavam com dois a três quilómetros de prova sem qualquer pontuação.
Paralelamente, a orografia de Mafra, situada num planalto, mas com vales profundos até à costa, exigia uma leitura atenta do relevo e uma gestão cuidada do tempo de regresso.
Na BTT compensava claramente abdicar da parte dois e assumir o risco de atravessar o mapa até ao limite oeste, onde a valorização dos controlos era superior, mas as equipas não podiam dispersar-se a amealhar pontos de baixo valor pelo caminho, sob pena de ficar sem tempo para o retorno...
Na matriz abaixo apresentam-se os controlos realizados por cada equipa:
Nota: os valores quilométricos apresentados, além de serem lineares, não estão à escala, uma vez que o mapa base foi feito numa imagem com montagem entre os dois mapas.
A opção mais eficaz foi claramente a da equipa do NADA, com uma boa segmentação do terreno por planaltos e com as travessias das linhas de água a serem efetuadas a montante, onde o desnível era menor, o que lhes permitiu amealhar quase todos os pontos exteriores, abdicando da segunda parte, na Tapada Militar, onde os controlos tinham maior exigência técnica, com vários fora de caminhos...
Consulte aqui as opções das equipas da BTT e a matriz de passagem por cada controlo.Na vertente pedestre, o risco de ir à parte oeste era consideravelmente superior, devido ao elevado tempo de retorno, quase sempre em subida.
As opções mais lógicas passavam por explorar os dois planaltos (parte norte e centro do mapa) e gerir o tempo "sobrante" nos controlos da Tapada Militar (parte 2).
Os principais desafios residiam na transição entre os dois planaltos e na gestão da travessia da vila de Mafra, que tinha muito baixa pontuação.
Na matriz abaixo apresentam-se os controlos realizados por cada equipa:
Os erros mais comuns foram a sobrevalorização das capacidades da equipa, com apostas demasiado audazes que obrigaram a regressos "épicos", por estrada, sem qualquer pontuação, as mudanças de estratégia a meio da prova, que fizeram algumas equipas acumular quilómetros com baixas pontuações e a opção por começar pela segunda parte, que obrigou as equipas a passar três vezes pela entrada da área militar, acumulando desnecessariamente distancia não pontuada (se tivessem realizado primeiro os controlos da carta militar só teriam percorrido uma vez o itinerário de entrada)...
Curiosamente, a opção mais remuneradora não seguiu a lógica apresentada.
De facto, a equipa do CP Abrunheira, escudada na segurança conferida pela capacidade fisica dos seus atletas, fez uma aposta ao nível das opções das equipas da BTT, varrendo o planalto norte até ao mar o que lhes permitiu amealhar as pontuações mais elevadas e gerindo o regresso, que ainda lhes permitiu recolher mais alguns pontos "na passada", tudo isto, dentro do tempo limite (com uma folga de 36 segundos!).
Consulte aqui as opções das equipas e a matriz de passagem por cada controlo.
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